sexta-feira, janeiro 19, 2007

A angústia de Ariadne Coelho

Madame Ariadne acordou esfuziante nesta sexta-feira. Gritou para a serviçal: “Me traga 'O Globo'”. Pôs o samba-enredo da Acadêmicos da Rocinha para tocar e abriu as cortinas de tafetá. Recebeu o jornal. Deitou de novo na cama. Folheou o jornal de cabo a rabo. Foi ver o caderno de esportes. Nada. Quem sabe o de classificados? Nenhum sinal. Perguntou: “Mas este é 'O Globo', mesmo”? A empregada uniformizada respondeu: “É, sim, 'madama'”. “E é de hoje”? A moça: “Sim, senhora”. Ariadne olhou para o teto espelhado. Um leve ar amuado começou a franzir-lhe a testa.

Resolveu folhear 'O Globo', de novo. Começou pela página 2, viu uma foto da Naomi com o César Maia e foi ávida rumo à legenda, pensando, “meu nome está aqui”. Não estava. Foi para a coluna da Tereza Cruvinel, “quem sabe eles erraram e me puseram no meio dos políticos”? Nadica de nada. Viu uma matéria sobre o escândalo do apartamento do Álvaro Lins - o bonitão, diz a Polícia Federal, teria colocado o apartamento de R$ 1 milhão no nome da avó da mulher -, e teve a certeza: “é aqui que está o meu nome, afinal, de laranja eu entendo”. Leu todas as palavras, letra por letra, nada.

Não é possível. Coitada da loura. Desembolsou US$ 100 mil de cachê para trazer a barraqueira da Naomi ao seu aniversário, mais passagem de primeira classe, e ainda não sei quantas garrafas de champanhe da boa, o cachê do DJ Zé Pedro, e “nenhuminha” nota n'O Globo?

Foi na “Gente Boa”, o Joaquim só se ocupava do "Fashion Rio". Passou de soslaio por uma página com a foto da Miss Brasil esfaqueada, e pediu aos céus para, da próxima vez, ser ela o alvo do facão.

Resumo da ópera: Ariadne está de molho, envolta em seus lençóis caríssimos da Trusseau. Não quer saber de falar ao telefone, de ver a luz do sol. Mandou que fechassem as cortinas de tafetá. Desligou o aparelho de som. Ordenou que o mordomo trouxesse seus "Ferrero Rocher" de sempre para aplacar a ansiedade e a tristeza.

Espera, encarecidamente, que o Joaquim e o Ancelmo lembrem-se dela no fim de semana. Pelo menos uma linhazinha aguarda, impreterivelmente, para este sábado, porque domingo é aquele negócio: domingo pede cachimbo, o cachimbo é de barro, bate no jarro, o jarro é de ouro, bate no touro, o touro é valente, bate na gente, a gente é fraco, cai no buraco, o buraco é fundo, acabou-se o mundo...

Meu mundo caiu.

PS. Quando a gente achava que já estava tudo no buraco, com a fiança de José Serra, vem a jacira, árbitra da elegância e da finesse, e apronta de roubar vaso em cemitério. Me poupe, biba!

Um comentário:

  1. EI VC IMAGINA O PSEUDO CUSTUREIRO ,É ISSO MESMO CUSTUREIRO NO AP JAZIGO DA MADAMA COELHO , VEJA VC ELA TEM TANTO MARMORE ,GRANITO , E DOURADOS QUE É O PROPRIO JAZIGO DO CEMITERIO , ELA QUE DA AS ALFINETADAS IA SE FAZER , SAI FORA PEITUDA DEIXA EU LEVAR TUDO , OLHE CALADA NAO CHAMA A POLICIA ,CALADA VIU SUA MACUMBEIRA,,,

    ResponderExcluir

Aproveita e me mande aquela notícia quente! blogmarciog@gmail.com