sexta-feira, novembro 12, 2010
Não sei por que essas bichas se casam com mulheres, ou por que essas mulheres se casam com essas bichas...
quinta-feira, novembro 11, 2010
Dilma, fofa, mãos para trás, não! Por favor...
Plantação de palmito das boas na busca por um ministério. Tem gente se lançando aos lugares mais impensáveis, às pastas mais cobiçadas.
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Dona Dilma Jane, deixe que eu cuido do galinheiro do Alvorada.
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Tal e qual um Gianecchini, dou de comer aos pintos (shopping).
Dilma chegou com pinta de chefa de estado, em Seul, para a reunião do G 20
Tiririca fará o teste de sanidade, ops, de sapiência, hoje.
Foi só ler na Lu Lacerda que a estátua do Chacrinha está virando amuleto, para o Leleco Barbosa, filho do velho guerreiro...
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Quem sabe não grava ali o seu programa de televisão - com uma enésima entrevista do Julio Lopes?
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Ou virão aí os romeiros do Chacrinha, ônibus saindo de todos os lugares, "milagres" sendo anunciados...Glorinha Severiano Ribeiro conclamando uma rezação de terço.
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Tudo é possível.
terça-feira, novembro 09, 2010
Sabe o que é falta de assessoria? Gianecchini fazer comercial do Pintos Shopping, no Piauí...
Disse que a próxima é a Maria Gadú: vai promover a frota de caminhões Shana.
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Ah, no comercial do Gianecchini ainda tem uma frase indigesta: “Tudo o que você mais gosta, no lugar que você sempre quis”.
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E tome KY!
segunda-feira, novembro 08, 2010
Adicionei a rainha Elizabeth no Facebook. Roubei esta foto para você. Agora, aguardo o convite para um chá.
Tem um Anderson Dornelles na equipe de transição da presidenta Dilma
Texto imperdível da Lu Lacerda: Penetras: assunto sério no Rio
O assunto é sério entre os cariocas. Para ter uma ideia, existe na cidade uma espécie de rainha dos penetras: uma lourona, nem baixa nem alta, nem gorda nem magra, nem bonita nem feia, mas muito boa na sua arte … de penetrar, obviamente. Ela nunca chega sozinha: está sempre com um bando, praticamente uma quadrilha, já que roubam o seu champagne, o seu caviar, a sua caipirinha, o seu sanduíche, ou o que for! Não importa, são indesejados e sabem disso.
De tanto falarem, essa mulher passou a ser convidada paras alguns eventos, o que a deixou bastante desagradada, chegando a pedir a uma assessora de imprensa que jamais fizesse tal coisa, de jeito nenhum, ou nunca apareceria. A legalidade lhe tiraria o estímulo, supõe-se. A ameaça surtiu algum efeito; afinal, quem é que não sabe que para alguns a ronda dos penetras está diretamente ligada ao sucesso da festa?
O ponto máximo foi em recente jantar na casa de Ricardo Rique, na Vieira Souto: uma socilalite, até bastante conhecida, ao chegar, adentrou o salão (nessa noite, não tinha lista na porta) e deu de cara com os homenageados. Meio sem graça, disse ao casal: “Eu ia passando, não resisti e subi para beijá-los”. Como assim? Ia passando toda montada num figurino daqueles? Não importa – o penetra chega, o penetra participa, o penetra come, bebe, fala, e sem nem confirmar presença, se é que vocês me entendem.
Lu Lacerda escreve no IG.
Um jornalista herdou todas as correspondências da saudosa Bebeth de Freitas. Vai pôr tudo em um livro...
Entre os maiores pedintes está o casal Sergio Costa e Silva, do "Música no Museu".
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Em tempo: Bebeth morreu abandonada em um asilo em Santa Teresa, e nenhum desses que a "alugaram" teve a fidalguia de ir visitá-la. Daí a pertinência do livro, que dará nomes aos (ingratos) bois.
Entreouvido na feirinha da Praça XV: "O 'Herdeiros de Vargas' é o novo 'Chateau', não estréia nunca".
domingo, novembro 07, 2010
O potin carioca do momento é o valor da comissão paga, pela compra-venda de um avião, a quem não receberia, se tivesse juízo.
Da série "Vozes da minha vida"
Há quem prefira a Preta Gil.
Holy Spirit come fill this place.
Amei a Dilma Jane e a Arilda, tia e mãe da presidenta Dilma, que estão na primeira d'O Globo de hoje, pra desespero do Ali Kamel...
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E tenho pra mim que a a Arilda (D) é porralôca - dá a entender pelo estilão. Deve até pitar escondida...
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Foto de Alexandre Guzanshe/O Globo
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PS. Amei quando a repórter (gata Maria Lima) perguntou: "E o galinheiro?" Dilma Jane respondeu: "não sou ligadona em galinha, não!"
Para quem não sabe, a primeira-dama Marisa Letícia, que também merece todo louvor, porque atrás do grande Lula, mandou construir um galinheiro no Alvorada, para saborear ovos caipira no café da manhã...
Dona Dilma Jane tem cara de que prefere os gatos.
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Fico imaginando como não serão as rodas de biriba no Alvorada, Dona Dilma Jane bicando um uísque básico, Arilda gargalhando, charmosa.
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Brasília com suas Gontijos e afins Taurisanos jamais será a mesma.
sábado, novembro 06, 2010
Na Globo, agora, tudo é Big Brother. Bobeou, eles trancafiam numa casa. Até as musas do Brasileirão ganharam uma eliminação básica.
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Qualquer dia, o Bonner e a Bernardes aparecerão trocando de roupa na bancada.
sexta-feira, novembro 05, 2010
Por que será que o decantado e "chiquérrimo" Michael Roberts, assim-assim com a Wintour, não dá uma sapecada nessa verruga medonha da beira da nareba?
É aquela velha história: já que o rato roeu, o rei de Roma não reina só com a roupa.
E como diria o mestre Ariano Suassuna, "ao redor do buraco tudo é beira".
Ai, ai...
quarta-feira, novembro 03, 2010
Andy Irons, o anjo, morre prematuramente aos 32 anos. Era tricampeão mundial de surfe, e tinha amigos em Niterói
Agora, me chega a notícia de sua morte. Teria contraído dengue hemorrágica em Portugal.
Nem sei o que escrever. Vou caçar umas fotos exclusivas que fiz no tal almoço...
segunda-feira, novembro 01, 2010
O melhor amigo do Caio Castro. Não é o Torquatro
Dilma ganhou em Minas!
Folha: "Marina recomenda a Dilma a 'simplicidade das pombas'"
Da série "Comentários na rede"
Niteroi-RJ-100 (no Globo Online)
01/11/2010 - 09h 34m
Para aqueles que insistem em dizer que a vitória do PT não foi significativa. Há 80 anos um presidente eleito pelo voto não fazia o seu sicessor...Nem o FHC, com toda a sua pompa, conseguiu chegar sequer perto disso e saiu praticamente enxotado do governo por causa da sua própria incompetência. Teve que ser escondido durante a campanha...
Lula fez o seu sucessor e lutando contra toda a grande imprensa brasileira, que fez uma campanha sórdida contra sua candidata.
E a meiguice com a qual a Miriam Porcão tratou a Dilma, agora há pouco, no "Bom Dia, Brasil"?
Ana Maria Braga diz que o nome da nova presidenta é Dilma 'Wanda' Rousseff.
domingo, outubro 31, 2010
Dilma eleita presidenta do Brasil, e a Globo exibindo as videocassetadas do Faustão.
Serra para síndico do Copan!
sábado, outubro 30, 2010
sexta-feira, outubro 29, 2010
Olha o Chris Evans na pele do novo Capitão América!!!
quinta-feira, outubro 28, 2010
Domingo tem Drica Moraes no Fantástico!
Foto: TV Globo
quarta-feira, outubro 27, 2010
O samba da bolinha de papel
Tantinho da Mangueira e Serginho Procópio
Gilmar Mendes está de ressaca, no plenário do STF, julgando a lei da ficha limpa, neste momento. Como bebe água, o cabra!
A Petrobrax e o governo FHC
A verdade sobre a tentativa de mudança do nome PetroBRAX pelo governo FHC
** Folha Online - Dinheiro - Petrobras muda de nome e passará a ser Petrobrax - 26/12/2000
A Petrobras anunciou hoje a mudança da marca da empresa, que passará a se chamar Petrobrax.
** Folha Online - Dinheiro - Presidente da Petrobras diz que atual marca é muito associada ao Brasil - 26/12/2000
Segundo o presidente da companhia, Henri Philippe Reichstul, a atual marca, BR, é muito associada ao Brasil e ao Estado brasileiro.
** Folha Online - Dinheiro - Petrobras muda nome para facilitar expansão internacional - 26/12/2000
O presidente da companhia, Henri Philippe Reichstul, disse que a mudança, estudada durante oito meses e já aprovada pelo conselho de administração, ganhou na semana passada o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso.
argumentos favoráveis à mudança foi que o sufixo brás estaria, internamente, associado à idéia de ineficiência estatal.
"Perdemos o monopólio em 1997, mas o nome (da empresa) continuava associado a ele", disse Reichstul.
** Folha Online - Dinheiro - Congresso questiona mudança do nome da Petrobras - 27/12/2000
O presidente da frente, deputado Vivaldo Barbosa(PDT-RJ), afirmou que está preocupado e indignado com o que classificou de 'decisão unilateral'' dos atuais dirigentes da empresa.
** Folha Online - Brasil - Senadores debatem mudança de nome da Petrobras - 28/12/2000
Em aparte ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que criticou os gastos de R$ 70 milhões na mudança do nome Petrobras para Petrobrax, o senador Edison Lobão (PFL-MA) disse que há assuntos mais importantes para tratar.
Já o senador Roberto Requião (PMDB-PR) acusou a direção da Petrobras de cometer "maracutaia" no processo de mudança do nome e do símbolo da empresa. A senadora Heloisa Helena (PT-AL) criticou também a mudança e os negócios feitos pelo governo "na calada da noite", sem qualquer explicação à sociedade.
** Folha Online - Dinheiro - Petrobras rebate críticas à mudança do nome para Petrobrax - 28/12/2000
Hoje a Frente Parlamentar Nacionalista decidiu entrar com uma ação no Ministério Público questionando os prejuízos com a alteração.
Sindicalistas vêem na nova marca o primeiro passo para a privatização da Petrobras.
** Folha Online - Dinheiro - TCU vai investigar mudança do nome da Petrobras - 28/12/2000
O pedido de auditoria será feito pela Frente Parlamentar de Defesa do Brasil, que reúne mais de cem parlamentares no Congresso.
De acordo com o presidente da entidade, deputado Vivaldo Barbosa (PDT-RJ), a empresa foi contratada sem licitação.
Os deputados da frente vão apresentar ainda hoje à mesa diretora da Câmara um projeto para anular todos os efeitos dos atos da Petrobras que levaram à mudança do nome da empresa para Petrobrax.
Além disso, os parlamentares vão entrar com uma representação no Ministério Público para que ele tome as medidas necessárias contra a decisão.
Os deputados ainda entrarão com uma ação popular na Justiça com pedido de liminar proibindo a mudança do nome.
** Folha Online - Dinheiro - FHC manda Petrobras abandonar Petrobrax, diz senador - 28/12/2000
O líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), disse há pouco que o presidente Fernando Henrique Cardoso determinou pessoalmente ao presidente da Petrobras, Philippe Reichstul, a interrupção definitiva do projeto de alteração do nome da estatal.
"Não há por que insistir numa providência que não tenha aprovação da opinião pública", disse Arruda.
** Folha Online - Dinheiro - Reichstul confirma desistência do nome Petrobrax - 28/12/2000
A nota assinada pelo presidente da empresa, Henri Philippe Reichstul, determina à área de marketing da companhia "a suspensão das providências para mudança da marca fantasia da empresa".
Links para as matérias:
http://search.folha.com.br/search?q=petrobrax&site=online&sd=26/12/2000&...
terça-feira, outubro 26, 2010
Os bastidores das reuniões de cúpula da Globo (ou o jihadismo de Kamel e a serenidade de João Roberto)
por Paulo Nogueira*, do Diário do Centro do Mundo
Um novo trecho de Minha Tribo: O Jornalismo e os Jornalistas
TINHA OUVIDO FALAR POUCO DE ALI KAMEL, CHEFE DE TELEJORNALISMO DA GLOBO, ATÉ CONHECÊ-LO NO CONEDIT. É o conselho editorial das Organizações Globo. Sob o comando de João Roberto Marinho, o Conedit reúne os editores das diversas mídias da Globo para alinhar ações e debater assuntos. As reuniões são realizadas às terças, por volta das 11 horas. Frequentei-as ao longo dos dois anos e meio em que fui diretor editorial das revistas da Globo. Quando cheguei, Kamel já estava lá, e ali permaneceu depois que saí.
A referência mais longa que eu tivera dele veio de um jornalista da Abril que o procurara em busca de emprego. A operação deu certo. O jornalista me contou que lera que Kamel valorizava gente que tivesse passado por revistas, por ser mais apta a mexer com palavras. O próprio Kamel, segundo me informou meu interlocutor, passara pela Veja no Rio antes de se fixar nas Organizações Globo.
Kamel, mesmo sendo carioca, não é exatamente o senhor simpatia, ao contrário de outros editores com quem convivi naquelas manhãs de terça. Seu chefe, Carlos Schroder, aliás gaúcho, por exemplo, é afável e está sempre com um sorriso no rosto. De um modo geral, o ambiente no Conedit reflete o humor, a alegria, a capacidade de rir dos cariocas. (E também a falta de pontualidade.) Mesmo Merval Pereira, colunista de várias mídias da Globo e ex-diretor do jornal, ri com frequência – uma surpresa para quem lê seus textos em geral num tom de elevada preocupação, quase sempre ligada a um pseudopecado mortal de Lula.
Ali Kamel, pela importância da TV, é uma presença destacada no Conedit. Sua expressão de conteúdo, solene, sublinha esse papel. Não sei se Kamel costuma beber no bar com os amigos para falar bobagens como futebol, mas não me pareceu.
O que inicialmente mais me chamou a atenção em Kamel, e em muitos outros ali, foi a obsessão com São Paulo. “Os jornais de São Paulo” são constantemente citados, como se representassem o mal. Não sou exatamente um admirador nem do Estadão e muito menos da Folha, mas achava engraçada a presença dos “jornais de São Paulo” nos debates. Nós, jornalistas de São Paulo, jamais nos referimos aos “jornais do Rio”.
Não é exatamente confortável ser um paulista naquele plenário, logo entendi. Eu me sentava num canto próximo da porta, por razões de conforto. “Este é o canto dos paulistas”, ouvi, em tom de brincadeira, uma vez, de Luiz Erlanger, uma espécie de RP do alto escalão das Organizações. Havia uma alta rotatividade naquele canto. O ambiente é carioca, para o bem e para o mal. E o ressentimento pelo tamanho que São Paulo tomou no Brasil acaba repercutindo, de uma forma ou de outra, em paulistas que participem do Conedit. Acresce que a sede da Editora Globo é em São Paulo, e não no Rio.
Ali Kamel não facilita a vida de ninguém, logo vi. Não é hospitaleiro.
Lembro o dia em que Kamel foi apresentado a Adriano Silva, na sede da Globo no Rio de Janeiro. Adriano estava sendo contratado com a missão de chacoalhar o Fantástico, que vivia uma fase soporífera, bem refletida no Ibope. Adriano fizera isso na Superinteressante, sob minha supervisão. Daí o interesse da Globo. Quem negociou com Adriano foi Carlos Schroder, diretor de telejornalismo da Globo.
Eu estava com ambos no prédio do Jardim Botânico quando Ali se aproximou. Não deu um sorriso para Adriano, talvez porque não tivesse tido participação no convite. Seco, quase ríspido, colocou a Superinteressante na conversa — afirmou que a enteada a lia — para comentar supostos erros da revista. Ficou claro naquele momento que a vida de Adriano perto de Kamel não seria fácil. Não foi.
Alguns meses depois, Schroder me mandou um email para me dizer que Adriano não dera certo na tevê. Sem surpresa. Naquele ambiente, num programa em crise e ao alcance de Kamel, e sem o apoio de Schroder para equilibrar as coisas, Adriano tinha mesmo que se dar mal. Como o Fantástico continuaria a padecer dos problemas que levaram a Globo a contratar Adriano Silva — desinspiração editorial, falta de inovação e Ibope baixo para um programa que se confundiu com a noite de domingo dos brasileiros por muitos anos — ficou claro que o problema não estava em quem chegou mas nos que já estavam lá e permaneceram, sob a liderança de Schroder e Kamel.
O caso do Fantástico me faria lembrar um comentário que certa vez ouvi, segundo o qual a força criativa da Globo repousava em Boni, “um paranóico vigilante da alta qualidade”. Achei que a definição fazia sentido ao ler que, numa corrida em que Galvão Bueno gritou triunfal “eu já sabia, eu já sabia!” quando Senna entregou a vitória ao segundo piloto de sua equipe, Boni teve uma reação irada. “Se sabia, por que não contou para o espectador?”.
No Conedit, numa mesa em forma de U, João Roberto se senta no centro, na reunião. À sua esquerda, numa das laterais, fica Merval. Na esquerda,na outra lateral, Kamel. Há uma tensão muda entre os dois, uma espécie de duelo pela preferência do chefe. São os que mais falam lá.
Não daria o prêmio de simpatia a Kamel. E nem o de originalidade. Logo percebi que ele expressava com ênfase, com a fé cega de um jihadista, amplificando-as, as conhecidas idéias das Organizações Globo, inspiradas no passado recente em Margaret Thatcher e Ronald Reagan. Numa metáfora religiosa, é como se o paraíso fosse o livre mercado e o inferno fosse o Estado. (E Lula o diabo.)
Não havia desafio a essas idéias, não havia uma tentativa de reolhá-las e reavaliá-las, como aliás fizeram no Reino Unido os discípulos de Thatcher. Bolsa Família? Assistencialismo. Ponto. Cotas em universidades? Absurdo. Ponto. Um dia comentei isso com Luiz Eduardo Vasconcellos, sobrinho de Roberto Marinho e acionista das Organizações. Luiz teve cargos executivos durante muitos anos, mas agora se recolheu às funções de acionista minoritário. É simpático, interessado nas coisas do mundo – e tem a admirável marca da simplicidade no traje e no trato que é comum a ele e aos primos. Você não diz que ele é um dos donos da Globo se se sentar numa reunião do Conedit sem conhecê-lo.
“Sinto falta de pensamentos alternativos na reunião”, comentei com ele. “A sensação que tenho é que as pessoas, principalmente o Kamel e o Merval, falam apenas as coisas que imaginam que o João vai gostar de ouvir.”
Essa clima de pensamento único se abrandava apenas nas ocasiões em que visitas de fora iam ao Conedit falar de algum assunto específico.
Não havia ventilação nas idéias. O quanto isso devia estar me incomodando estava claro em meu ataque de sinceridade no almoço. Era evidente o risco de que meu comentário fosse espalhado, ainda que Luiz Eduardo sempre tenha me parecido discreto e reservado.
Nas eleições de 2006, meu diagnóstico do Conedit pareceu se confirmar para mim. João Roberto tinha um tom sereno ao debater a campanha. As posições das Organizações não eram as do governo de Lula, mas democracia é isso mesmo. Vi João criticar várias vezes ações de militantes petistas, mas jamais o vi sair do tom. Não sei se, privadamente, ele tinha outra conduta. Publicamente, no Conedit, era lhano no trato das questões políticas.
Curiosamente, dada sua posição de dono, o ambiente muitas vezes não refletia a serenidade de João Roberto. Kamel e Merval davam um tom épico, em branco e preto, a muitas discussões políticas. Pareciam odiar Lula e qualquer coisa que partisse do governo petista.
Se o julgamento deles fosse acertado, Lula teria errado em todas as decisões que tomou em seus oito anos de administração.
O quanto essa inflamação toda era genuína ou não, é uma dúvida que carrego até hoje. Será que esses caras pensam mesmo isso, ou no bar, com os amigos, dão uma relaxada? Não sei. Minha intuição é que, como o poeta segundo Fernando Pessoa, o fingimento é tanto que uma hora você acredita no que fingia antes acreditar. A alternativa é um sentimento cruel de que você é uma pena de aluguel.
Há uma lenda urbana segundo a qual Kamel seria o guardião da ideologia das Organizações Globo. É exatamente isso, uma lenda. Kamel não é nenhum Hayek, ou Friedman. Não é formulador de pensamentos, não é um filósofo, não é nada daquilo que confere a alguém o poder de persuadir outras pessoas pelo vigor não dos gritos mas das idéias.
Num determinado momento da campanha de 2006, veio à cena a expressão “aloprados”, para designar os petistas fanatizados que pareciam dispostos a tudo para permanecer no poder. Nos bastidores, Lula disse que seguraria os “seus aloprados”, tais e tantos que eu só voltaria a pensar no PT como um partido para mim numa próxima encarnação, mas que queria que os “aloprados do outro lado” também fossem segurados.
Passados quatro anos, nas eleições de 2010, fui tomado de dúvidas sobre se os aloprados petistas tinham sido segurados. Me pareceu que houve pelo menos um esforço para isso. Mas a cobertura da TV Globo me provaria – ainda que eu tivesse visto apenas fragmentos dela, em geral no YouTube — que os aloprados do lado de lá estavam com as mãos inteiramente livres. A pergunta clássica em relação a Lula é: “Ele sabia disso?” A que me faço em relação a João Roberto é: “Ele aprova isso?”
O que o telespectador vê no Jornal Nacional parece – por tudo que eu vi nos tempos de Conedit – refletir muito mais o jihadismo de Kamel do que a serenidade de João Roberto. Raras vezes vi um caso que confirmasse a tese de que, entre os fâmulos, o realismo é maior que no rei. Caso João efetivamente ache boa a cobertura política do telejornalismo da Globo, o problema de perenidade das Organizações provavelmente é maior do que parece agora. Caso tenha dúvidas, elas não transparecem, não, pelo menos, em períodos agudos como os de eleições presidenciais.
Uma vez, a BBC foi debatida numa reunião na Globo à qual estava presente até Roberto Irineu Marinho, o RIM, primogênito de Roberto Marinho e presidente do grupo. Eu estava presente. Lembro particularmente de uma cena: Roberto Irineu num determinado momento cochilava (cansei de fazer o mesmo em minha carreira em reuniões que julgava maçantes, confesso) sem que seu principal assessor, Jorge Nóbrega, soubesse o que fazer. Acordar o chefe ou deixá-lo repousar? Acho que eu próprio cochilei (era bem cedo, e eu viera de São Paulo) antes de ver a decisão. Bem, é tal o vigor da BBC que os britânicos pagam sem se queixar a license fee, uma taxa anual de cerca de 500 reais, para poder ligar um aparelho de televisão. É um dinheiro que financia a BBC. Toda emissora do mundo sonha com uma license fee.
Para aspirar aos benefícios de uma license fee no Brasil que não gerasse revolta na sociedade, qualquer emissora brasileira teria que ser vista não apenas como produtora de conteúdo de alto nível mas também como senhora de isenção jornalística. Se você pega trechos da cobertura da campanha eleitoral britânica da BBC de 2010 e os compara com trechos da cobertura da campanha presidencial brasileira de 2010 da Globo, notará uma diferença extraordinária. Não basta uma emissora ser isenta. Ela tem que parecer isenta para ser acreditada. A BBC parece. Por isso, os britânicos são tão orgulhosos dela a ponto de pagar por ela. Vi em vários debates de leitores na internet que os britânicos enxergam na BBC uma resistência inexpugável ao conteúdo viciado de barões como Rupert Murdoch.
Imagino como a BBC cobriria o já histórico episódio do atentado com bolinha de papel e quem sabe um rolo de durex ao candidato José Serra. Nem uma mísera gota de sangue, nem um mísero aranhão, nem um mísero golpe, nem um mísero sinal numa absurda tomografia.
Ignoraria o falso atentado? Presumo que nem tanto. Haveria, pelo que conheço da BBC, um esforço intenso para avaliar o real tamanho do fato e assim ajudar seu espectador. Só não consigo ver a BBC, como aconteceu com a Globo, gastar tanto tempo para tentar convencer o público de que Serra foi vítima de uma agressão e não autor de uma simulação que recebeu prontamente do público uma resposta divertida: um jogo na internet em que você tenta acertar um papel na cara de Serra.
*Paulo Nogueira é jornalista e está vivendo em Londres. Foi editor assistente da Veja, editor da Veja São Paulo, diretor de redação da Exame, diretor superintendente de uma unidade de negócios da Editora Abril e diretor editorial da Editora Globo.
Aqui se faz, aqui se paga
Deputado tucano defende entrega da Petrobras a grupos estrangeiros
segunda-feira, outubro 25, 2010
Aos autores da penca de e-mails me desancando por "defender" a Dilma:
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Prazamygas dazelites: cada um que cuide de si, que é tempo de murici!
Zé de Abreu no Twitter
Serra só por cinquentinha
Trecho de texto de Laura Capriglione na "Folha" de hoje.
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"Entre tantos militantes "ideológicos", ainda se vê, no meio das hostes serristas, o velho cabo eleitoral remunerado, aquele sujeito que, em troca de R$ 50, agita durante seis horas consecutivas as bandeiras do PSDB. Como Natália Antunes, 25, moradora de um conjunto residencial popular.
No sábado, Natália e um grupo de 60 outras jovens, faziam figuração em uma rápida visita de Serra à periferia de Campinas (SP).
Serra desceu da van, andou menos de 100 metros, cercado por um enxame de repórteres e fotógrafos, parou no estacionamento de uma lanchonete, deu uma entrevista coletiva em que detonou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), peça-chave do programa do PT, entrou na van e sumiu.
"Foi rapidinho", comemorou Jenifer Souza, 21, que receberá como se tivesse trabalhado seis horas. Natália vota em Serra, convicta. Suas amigas, não. São dilmistas que estão ali só por causa do dinheiro. Todas estão desempregadas. "Bandeirar é nossa atual profissão", diz, aproveitando para pedir "uma vaguinha na Folha depois que a campanha acabar"."