Ninguém segura a Lapa, agora que o lugar, antes fétido e mal apanhado, já que mergulhado no descaso da Prefeitura e do Instituto do Patrimônio Histórico, foi resgatado pelos tubarões do mercado imobiliário. Recente lançamento de condomínio residencial anunciado nas televisões teve venda recorde. Na trilha do sucesso, a cerveja patrocinou um festival de música que tomou conta da praça embaixo dos arcos (sobre os quais passa o bondinho que leva ao tiroteio de Santa Teresa), da Fundição Progresso e do Circo Voador, que a Prefeitura remodelou e está um barato. Barato que às vezes sai caro, com o ingresso pela hora da morte.
O balaco da cerveja começou sexta-feira, com perto de 30 mil pessoas de diversos estilos e tribos musicais. Às 19h, na Praça dos Arcos, o povaréu curtiu as apresentações do bloco Céu na Terra, do Rio Maracatu e de Alceu Valença, grande Alceu, que conquistou o público com um repertório de sucessos e músicas vigorosas. Me deu saudades do Carnaval em Olinda, onde um ano passei embaixo da sacada dele, Alceu e seu violão movendo um mundão de gente - tempo bom.
Apesar do grande número de pessoas, não foram registradas ocorrências graves na Lapa - diz a organização. O clima foi de tranqüilidade, garantido pelo estruturado esquema de segurança com 550 homens (400 seguranças particulares e 150 do efetivo das polícias Militar, Civil, Federal e Guarda Municipal), além de 14 câmeras de monitoramento espalhadas por toda a área da praça, que tinham zoom de até dois quilômetros.Por volta das 11 da noite, teve início a programação simultânea dos palcos da Fundição Progresso e do Circo Voador, com ingressos esgotados (cinco mil e mil e oitocentas pessoas, respectivamente).
O público da Fundição agüentou firme, dançando até de manhã ao som do DJ Marlboro, que fuma Hollywood, e que encerrou a noite. Antes, a dupla Helião e Negra Li (com participação surpresa de Felipe Dylon), Marcelo D2, DJ Marky e BNegão, entre outros, já tinham dado conta do recado.No Circo Voador, o clima foi de confraternização, com o show da banda Paralamas do Sucesso, que recebeu o guitarrista Dado Villa-Lobos, "cada vez mais bonito", acentuou Cininha, como convidado especial. Eletrosamba, Xis e o DJ Snoop e o trio Motirô, do hit "Senhorita", acompanhados por 16 músicos, mostraram em primeira mão o repertório do ainda inédito 2º CD.O atendimento ao público na área externa foi feito por 81 bares da região, parceiros do evento, e 19 tendas de alimentação na Praça dos Arcos.
A limpeza ficou por conta de 450 funcionários, potencializada pelo trabalho da ONG Doe Seu Lixo, capitaneada pela atriz Isabel Filardis, que recolheu material para reciclagem.Para o sábado, segundo dia do evento, restaram poucos ingressos para Fundição Progresso, onde se apresentou a banda Asa de Águia, e para o Circo Voador, que teve shows da banda Orquestra Imperial e o encontro das cantoras Fernanda Abreu, Sandra de Sá e Funk'n Lata.
No fim da tarde, os cinco mil convites da Fundição Progresso já haviam esgotado. Nem mesmo a chuva forte atrapalhou o ânimo do público que prestigiou os shows abertos na Praça dos Arcos. Arlindo Cruz tomou a cena por volta das 19h30 e, depois, o Dudu Nobre, que é chique e mora na Vieira Souto, fez o público balançar o esqueleto. A noite no palco externo foi encerrada com a energia da Bateria Skol, composta por ritmistas de várias escolas de samba. Às 23h, no Circo Voador, o movimento já era intenso. Soulzé deu início, seguido pela Orquestra Imperial. Já eram quase duas horas quando Fernanda Abreu, Funk na Lata e Sandra de Sá tomaram o palco para o encontro esperado.
Após o show, os artistas, ainda bastante animados com a energia do público, continuaram o encontro no "backstage" em uma grande confraternização, enquanto Marcelinho da Lua comandava a música eletrônica no palco. Na Fundição Progresso, como já era esperado, o auge da noite foi o show da banda Asa de Águia (com início às 1h30), que arrastou milhares de pessoas. Depois da banda baiana, o funk de Mr. Catra dominou o palco Arena e, com a casa cheia, o público dançou até o amanhecer.
Várias chamadas "personalidades", algumas nem tanto, foram conferir a noite no lendário Circo Voador. A bonita Helena Ranaldi marcou presença no show da Orquestra Imperial, da qual faz parte o trompetista Max Pet, seu mais novo amor. Entre os "vips" também estavam Pedro Bernardes, marido de Marisa Monte, que curtiu a noite sozinho; e ele, claro, o Dado Dolabella, que chegou por volta das duas horas acompanhado por uma moça.
Na Fundição, os vips presentes eram Kayky Brito e o Cabeção de "Malhação", o Sérgio de sobrenome impronunciável. O Dado arroz-de-festa também passou por lá. Kayky entrou rodeado de amigos, mas logo arrumou uma "amiga". Na área vip, encostado em uma coluna (não coluna social, mas de concreto), resgatou com a mocinha aquela história dos "beijos de liquidificador" perpetuada por Cazuza. Interceptada por representante da coluna (agora sim, a social, não a de concreto), a menina não quis dizer se o "liquidificador" de Kayky é "alguma brastemp".
Cerca de 2,5 mil pessoas foram abordadas nos dois dias pela blitz da "Brigada da carona", que por meio de brincadeiras promoveu a conscientização sobre os riscos de beber e dirigir entre o público do evento. Entre os participantes, o Felipe Dylon (foto), aquele de fala arrastada, que acaba de completar 18 anos e está mais parrudo (deve andar malhando muita rosca-bíceps), que foi sem seu melhor amigo Flávio Zveiter, Dado Dolabella, olha ele de novo, Sandra de Sá e Ivo Meirelles, cabelo cor-de-morango-do-Nordeste, entre outros.
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