terça-feira, março 07, 2006

Texto sem cortes: O baile de la Tornaghi foi “show de bola”

Faltam a esta nova safra de “promoters”, que palavra, do Rio e de São Paulo, o carisma e a competência da Anna Maria Tornaghi. Desde que o mundo (social) é mundo (social), Anna sempre esteve à frente dos eventos mais badalados do eixo Brasil-Nova York. É sempre assim: ela trabalha em silêncio, na maciota, atende ao telefone e finge não ser ela (como se fosse possível desconhecer sua grave voz), e quando ressurge, institui o cala-boca da concorrência. Agora, La Tornaghi e La Varsano (Valéria, sua principal parceira, e queridíssima por todos) anunciaram despretensiosamente - eis o segredo que a Fernanda-diminutivo Barbosa e a Alice-diminutivo Cavalcante precisam aprender - um baile de máscaras fora de época, quer dizer, fora de época é modo de falar, alguns dias depois do carnaval, no Sofitel, na Avenida Atlântica. Se eu disser que foi o melhor baile carioca, sem a pose e o falso “glamour” de uns e de outros, não estarei exagerando. O “Bal Masqué” do Sofitel, na última sexta-feira, foi um espetáculo! Show de bola, como se diz na gíria.

Não havia homens e mulheres quase pelados, como a gente vê em bailes carnavalescos de por aí, em hotéis que se intitulam “glamurosos”, que têm “promoters-decoradores” com cabelos pintados no último grito graúna. Diz a lenda que estes descem pela Avenida Atlântica de madrugada, um dia antes do baile, e arrebanham toda a casta de prostitutas e garotos de programa, vestem neles detalhes de plumas e paetês, e os põem no meio do salão para fazer figuração. A turma selecionada vibra porque, continua me dizendo a lenda, ali em meio ao grã-finos e alguns pseudos, podem agendar seus programas futuros. Consta até que um levado diretor de novelas tirou um desinibido rapaz da “figuração” de um baile e o promoveu a ator de novela de horário nobre, sortudo, o guapo, indulgente, a emissora. No baile de Anna Maria Tornaghi e Valéria Varsano, todo mundo, ou quase, se conhecia. Gente bonita, gente fina, gente bem vestida. E aí a turma pergunta por que é que Anna-Valéria não fazem este baile desde uns (pelo menos) dez anos antes?... O carnaval do Rio teria sido muito melhor.

Desde a porta, até o salão, estava tudo perfeito. Atores mascarados e fantasiados criativamente cercavam uma espécie de corredor para os convidados, dando boa noite, ou fazendo um gestual teatral em silêncio, uma reverência. As famosas recepcionistas de La Tornaghi, todas de vestido longo seco, fluido, feito uma grande camiseta de crepe de seda, mais um detalhe supercriativo de maquiagem no rosto (algumas tinham a miniatura dos Arcos da Lapa em uma das bochechas, por exemplo), dando aquele show de categoria, como sempre. As recepcionistas de La Tornaghi parecem todas educadas no Sion.

Quando se adentrava o salão, o ar-condicionado no último volume, eis que logo vinha um garçom com uma garrafinha, daquelas chamadas “baby”, de Chandon tinindo de gelado. Aí a turma não parava, era uma “baby” a cada dez minutos. Parecia um berçário: “baby” pra todo lado. Foi o bastante. Quando a ótima orquestra apitou o primeiro acorde, o povo saracoteou até não poder mais.

A decoração era bacana e despretensiosa, palavra importante neste universo de “decoradores carnavalescos” que só faltam pendurar o próprio fígado no teto. Bolas coloridas pendiam do telhado e se encontravam com faixas enormes de tule e organza brancos que saíam do chão ao alto. Isso tudo, aliado à iluminação indireta, gerou um efeito impressionante. Camarotes ao redor de todo o salão abrigavam os “vips”, fazer o quê? - eles estão sempre presentes.

Giovanna Priolli chegou capotante, de azul, muito linda, de cabelos claros, ao lado de Mário. O casal contava que os 40 anos do seu Canecão serão tema de enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, no carnaval do ano que vem, e Giovanna me convidou a desfilar. Disse que só o faço, se puder tocar cuíca na bateria. Todo mundo promete riscar a passarela com a Mocidade, ano que vem. Silvinha de Castro, interina de Nina Chavs nos áureos tempos da jornalista franco-brasileira, foi de longo preto. Walesca Carvalho, com Chris Skowrosnki, era uma das mais bem vestidas do baile, como sempre. Dizer que Waleska está bem vestida é redundância. Com máscara feita pelo expert Alberto Sabido, perdão, Sabino, Waleska era a própria princesa.

Leiloca, que cantou “eu sei que eu sou bonita e gostosa” no tempo das Frenéticas, tomou pra si a expressão e pôs uma saia longa, um top de seda, nenhuma referência carnavalesca, e estava luminosa como a lua em Áries ou o sol em Leão. Na fila de foliões que entravam no baile encontrou com Marianinho Marcondes Ferraz (o tio), e ele logo aproveitou para fazer uma consulta astrológica, porque Leiloca entende de tudo, e mais um pouco, sobre astros. Humberto Saade estava com uma camisa preta e dourada, dos seus tempos de Dijon. Se ele abrisse a porta do closet, a camisa seria capaz de ir caminhando pelo calçadão de Copacabana, sozinha, do Chopin ao Sofitel, tão conhecida ela é.

Um baile de carnaval que tem a artista plástica Marília Kranz entre seus foliões está longe de ser comum. E Marília, como sempre, estava animadíssima. A juíza mais bonita do Estado do Rio, Cristiane Leppage, que dirige o Fórum de Bangu, marcou presença, com a amiga Gisele Sardas, defensora pública, filha da desembargadora Letícia Sardas, diretora de comunicação da Associação dos Magistrados Brasileiros. São daquela turma de mulheres lindas que instituem o alvoroço quando passam espargindo charme pelos corredores da Justiça. Dona Bibi Franklin Leal era outra presença de destaque, e garantia peso social ao evento.

Lígia Azevedo estava com o amigo Chico Vartulli, o arquiteto das estrelas, que comemorava o título da Vila Isabel. Chico é chique e tem entre seus clientes o presidente daquela agremiação azul e branco. Glorinha Távora formava mesa com Andréa Macedo, herdeira do “Diário de Natal”. O arquiteto Francisco Amorim, que desenha os bares e restaurantes mais disputados da cidade, pôs um smoking bem cortado e estava lá, alvoroçando corações. O professor de jiu jitsu, modelo e ator Miguel Kelner, ao lado de uma loura capotante, alvo de olhares cobiçosos de gregos e praianos, quer dizer, troianos. Kelner tem quase dois metros de altura, e por isso tinha visão panorâmica do salão, feito o dono de um automóvel Fox, da Volks – diz o comercial na TV que quem tem um Fox “vê a vida de outro ângulo”.

Encontrei a Zezé Mota e reafirmei o que disse aqui outro dia. Fica todo mundo ensandecido, contando que a Naomi chegou, que a Naomi partiu, que a Naomi espirrou...Eu sou mais a Zezé Mota! Ela me respondeu: “arrasou”! A apresentadora Leila Richers exagerou na dose de silicone nas bochechas, está parecidíssima com Rosana-como-uma-deusa. A bateria do Salgueiro, quando chegou, arrebanhou foliões. Mulatonas altas, feito cavalos do Rio da Prata, rebolavam, rebolavam, rebolavam.

As “irmãs sisters”, dois foliões que se vestem luxuosamente de mulher todos os anos, e vão aos bailes mais animados do Rio, também disseram sim. Uma delas, bonitíssima, tem quase cinco quilos em cada panturrilha - é parrudona, fortona de academia, e dentro do modelito feminino, ombros largos, fica engraçadíssima. Isabel Lito, parece, estava sozinha. Sábia. Antes só do que mal acompanhada. Lucy Sá Peixoto estava fantasiada de chinesa. Angelique, aposto que na carteira de identidade é Angélica, porque paraense de nascimento, e milionária turca de casamento, quer dizer, de viuvez, foi a primeira a chegar. Fui o segundo e, quando a vi, ela já estava sentada à mesa, comendo - inhoque-inhoque. A arquiteta Fátima Martins, sumida, estava linda, como sempre, e feliz com o sucesso da Escola de Samba Estácio de Sá, onde agora sua família dá as cartas.

O ator(doante) Carlos Machado, o coreógrafo Antonio Negreiros, Haroldo Costa e Mary, também presentes. Do Sul vieram os queridíssimos decorador João Vicente Correa e professor de dança Fernando Saraiva, ambos do SPA Kurotel de Gramado, que me contaram: o futuro senador Francisco Dornelles e Cecília passaram o carnaval cuidando da saúde naquele paraíso na Serra Gaúcha. É bom o doutor Francisco descansar mesmo, porque a campanha será estafante. Em Niterói, ele já tem em seu time o principal cabo-eleitoral jovem da Cidade Sorriso, Rodrigo Chammi – certeza de sucesso e muitos votos.

PS. Já que falei em Niterói, se houver um termo para qualificar o carnaval da Cidade Sorriso, anunciado pela prefeitura como completamente “revitalizado”, a palavra é...Deprimente!

Um comentário:

  1. MARCIO GOMES...!!!!
    VOCE E REALMENTE, ALEM DE UMA PESSOA COM UMA MEMORIA DESLUMBRANTE E INVEJAVEL,O MAIS INCRIVEL SER HUMANO QUE JA CONHECEMOS....
    CLARO QUE QUANDO FALAR QUEM SOMOS VOCE VAI LEMBRAR DA GENTE COM O MESMO CARINHO QUE DEDICOU SUAS BELAS PALAVRAS PARA ELOGIAR, E NOS DEIXAR LISONGEADOS COM TANTAS COISAS BONITAS VINDAS DE ALGUEM TAO IMPORTANTE E QUE TAO POUCO NOS CONHECE, MAS RECONHECE O TRABALHO E A DEDICAÇÃO QUE DAMOS AOS NOSSOS PERSONAGEMS...
    SOMOS AS "IRMAS SISTERS" E QUEREMOS TE DAR UM BEIJO ENORME, APESAR DE VIRTUAL, CHEIO DE CARINHO, E FICAMOS PARA SEMPRE AGRADECIDOS POR TER DEDICADO SEU PRECIOSO TEMPO EM REGAR O NOSSO TRABALHO COM TANTOS ELEOGIOS E MOSTRAR AO BRASIL, ATRAVES DO SEU BLOG, QUE A ARTE NAO TEM PRECONCEITOS E QUE TRABALHO RECONHECIDO É TRABALHO ETERNO...QUERENDO ENTRAR EM CONTATO COM A GENTE, SEJA BEM-VINDO ATRAVÉS DO NOSSO E-MAIL QUE É: IRMAS.SISTERS@IG.COM.BR, E QUANDO O NOSSO SITE , QUE ESTA EM PROCESSO DE EXECUÇÃO, ESTIVER PRONTO, COM CERTEZA SERA OPRIMEIRO A SER COMUNICADO...PROMETEMOS...MIL BEIJOS E ATE BREVE...

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