sexta-feira, junho 08, 2007

Contingente "fubá" no puxadinho da dona Lenny

Não consegui saber na Prefeitura, por causa do feriado, se a prática é legal, e quanto custa o alvará. Preciso ouvir, também, se todos os moradores da orla podem fazer o mesmo. O fato é que a estilista Lenny, moradora de um apartamento térreo na Epitácio Pessoa, Lagoa, achou de armar um puxadinho em toda extensão de sua calçada, interrompendo o vaivém dos transeuntes costumeiros (vizinhos e afins), para receber, em uma esticadinha básica, a fauna e a flora que foram ao seu desfile no “Fashion Rio”, naquelas paragens mal localizadas da Marina da Glória. Lenny contratou operários, mandou fazer uma estrutura de madeira, que na Rocinha seria chamada de “barraco”, cobriu de plástico fino (uma bituca de cigarro mal parada poderia causar um incêndio) e mandou o DJ atacar com a “polca” costumeira do bate-estaca. Tum-tum-tum! Só não avisou ao Corpo de Bombeiros.

Decerto que 70% dos convivas só conheciam a anfitriã de ouvir falar, mas no Rio, não ser íntimo do dono da casa não é fator impeditivo para quem quer que seja ir a uma festa particular: basta ter bons contatos, ter a chamada e subjetiva “boa pinta” e, de preferência, ser “VIP”. É. Está trabalhando na Malhação? Ótimo! Fez aquele comercial do sabão em pó que lava “mais branco”? Perfeito! A casa da Lenny talvez seja o palco mais democrático do Rio neste sentido. Claro: mas não vá pensando em encontrar gente de sociedade, sobrenome quatrocentão ou aqueles herdeiros que estavam em Cannes na semana passada. Os VIPs da Lenny, em sua maioria, são bem “fubá”.

Desde cedo, era um “trancetê”, tradução da gíria para congestionamento humano, nos salões de beleza. “Você vai à festa da Lenny”, perguntava uma capa de revista sentada na cadeira do Alberto, o melhor maquiador do Rio. “Eu vou, claro”, respondia a outra, atriz de terceira, dublê de recepcionista de estandes, quer dizer, de “lounges”, nas horas vagas. O Rio, de A a Z, sem os Y e W, claro, marcou presença.

Uísque e champanhe a dar com pau. Comidinhas? Não soube. Thalia Ayala, a nova estrela da “Malhação”, estava presente. Desde já, é a futura candidata a amiga de infância da anfitriã. Lenny não teve motivo para chorar. Estava tudo perfeito, no maior alto astral.

Quando o Dado Dolabela estacionou o carro lá na esquina, uma rapariga, rápida e certeira, achou de “quebrar o salto” a dez metros de distância do guapo. Fez assim um gesto de que estava com o joanete em frangalhos, olhou para o filho da Pepita e do Dolabela, com ar de pedinte, e ele atendeu. Dado, aliás, atende à beça, quando sai de casa. E não reclama, claro, do alto dos seus 20 e poucos anos.

Lenny, com o copo longo de uísque nas mãos, sorria. Lenny, com o projeto de canapé entre os dedos, se divertia. Lenny olhava tudo e sumia. Dava um tempo no quarto, repousava, retocava a maquiagem, e ressurgia. Anote aí, Lenny e a melhor promoter do Rio, na mais ampla expressão da profissão.

O elenco de sua festa tinha de tudo. Até a Fernandinha Barbosa, quase tia das sobrinhas da atriz Malu Mader, veio especialmente de São Paulo para o rega-bofe. Fafá de Belém chegou embrulhada em um modelito preto arrasa-quarteirão, aquecida com capuz de pele sintética, porque é ecologicamente correta. Glória Maria, a mulher-fantástico, fazia a moda pomarola - estava inteirinha de vermelho. Quando o Lui Mendes chegou, uma Jacira mais ensandecida ameaçou desmaiar, mas a colega assegurou que não ficaria bem.

Suzana Vieira, que horas antes quebrou o pau com o marido, na frente dos jornalistas, no estande de uma companhia de telefone, na Marina da Glória, porque ele não queria ser fotografado e ela exigia o contrário, não estava nem aí para a “friaca”, e foi de bermudão. Wolf Maia, que adora um anel no polegar, ou vice-versa, estava com par de óculos novos, fazendo a linha bem fashion. Estou até agora sem entender a roupa da linda Yara Figueiredo.

Letícia Birkheuer chegou de vestidinho curto de alcinha. Claro: o semblante era de “sou o último biscoito do pacote”. Gente, esse povo “VIP” não sente frio? À beira da Lagoa, o vento estava gelado, e as “estrelas” todas de roupa diminuta. A modelo Mariana Weickert surgiu linda-linda. Ellen Jabour, Sra. Rodrigo Santoro, foi com a irmã Kellen (os nomes são feitos de “filhas de Francisco” - Kellen e Ellen), de quem ninguém conseguiu captar a informação do penteado.

Luciano Szafir estava mais “basicão”: de jaqueta-motoqueiro preta de couro. Giane Albertoni, uma aparição, de vestido curto, sem meias. Duda Nagle, de calça jeans cinza e camisa preta com mangas arregaçadas, outra vítima daquele “pedido” de ajuda daquela moçoila ensandecida atendida horas antes pelo Dolabela, mas não atendeu, claro. Duda está comprometido com a Priscila Fantin.

Daniela Sarahyba talvez fosse o sobrenome mais quatrocentão presente no rebu, afinal, daqui a alguns dias será chamada de Daniela Klabin, assim como foi um dia a Beki. Carolina Ferraz estava com uma miniblusa verde-água e uma calça preta de cetim. Modelito muito simplezinho para quem é uma das mais bonitas mulheres do Brasil.

NA FOTO
A estilista, com o modelo João Velutini, armou o “barraco” na calçada para receber seus convivas
Foto: divulgação

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