Toda vez que vejo a Oprah Winfrey e a comparo com as nossas apresentadoras, sinto vergonha de ser brasileiro. Este ano, no Natal, Oprah foi a um banco parceiro, que ela não diz o nome (divulgar que faz filantropia é coisa de vaidoso), com o desejo de proporcionar a seu auditório a felicidade que se tem quando se oferece presentes aos mais necessitados - Oprah faz isso sozinha há tempos.
Resultado: Oprah saiu do banco com vários cartões magnéticos, cada um dando o direito a sua portadora de gastar US$ 1 mil com o que quisesse. Ela distribuiu os cartões a todas as mulheres presentes em sua platéia - que é concorrida.
O resultado foi o que se viu na TV. A idéia da Oprah ecoou em todas as mídias, nos Estados Unidos, e em pouco tempo, várias histórias bacanas de solidariedade pipocaram.
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(nenhuma parecida com essa de ir dar cuscuz a monges e depois distribuir fotos posadas para a imprensa, claro)
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Houve uma mulher que conseguiu multiplicar os US$ 1 mil. Descobriu a família de um senhor que sofre de câncer no cérebro, não pode trabalhar e tem 9 filhos para dar de comer, e movimentou seu bairro, foi às rádios locais e, depois de uma semana de trabalho, tinha em mãos US$ 200 mil, pagando todas as dívidas da família, dando bolsas de estudos para os filhos, etc. etc.
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Uma outra, tendo sido vítima, há alguns anos, de ataque de um maníaco, procurou um local que cuida de pessoas que tenham sofrido o mesmo, e descobriu uma mulher que levou um tiro no rosto, do próprio marido, e que está com a face deformada: pagou a cirurgia plástica da moça, anexando aos US$ 1 mil iniciais, mais U$ 1,6 mil de seu próprio bolso.
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Houve quem, com o dinheiro dado pela Oprah, comprasse tênis para todo o time de basquete formado por garotos carentes. Outra mobiliou a casa de uma mulher viúva, faxineira, que tem uma penca de filhos para sustentar.
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O fato é que as histórias de solidariedade da platéia da Oprah emocionaram todos os Estados Unidos, nação que vive dias de esperança com a chegada de Obama - Oprah das principais entusiastas da candidatura dele.
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E eu me pergunto: o que fazem as Anas Marias Bragas e as outras do baixo-clero? Até acredito que as duas, tão ricas, devam ajudar muita gente - se não o fazem vão prestar contas a Deus. Mas não poderiam usar o veículo importante que é a televisão para fazer campanhas parecidas?
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Com o poder que tem na mão, as Anas Marias Bragas precisam deixar um pouquinho de lado as aplicações de botox e os diamantes. Tudo isso acaba, o que fica são os belos gestos, as boas lembranças.
Concordo com isso. É necessário todos ajudarem uns aos outros, como uma corrente. E o que eu desejei nesse natal foi exatamente isso, porque o consumismo foi o caos!
ResponderExcluirAliás, este é o meu blog:
www.eudevosaber.blogspot.com