Ela já mostrou suas roupas no Metropolitan Museum Costume Institute em uma expo especialmente montada para este fim. Dona de um estilo único e sempre à frente do seu tempo, Íris Apfel, designer têxtil e de interiores, forma, com seu marido Carl, um dos casais mais especiais do society nova-iorquino. São uma das mais prestigiadas marcas do mundo da decoração na Big Apple.
Já teve entre sua exigente clientela nomes como os de Greta Garbo e Estée Lauder. Hoje, atende “os ricos e famosos”, ela diz. Assinou os projetos de restauração da Casa Branca, executados ao longo do reinado de diversos presidentes, conservou o Museu Metropolitano de Arte de NY e o Museu Flagler, em West Palm Beach.
Altamente original, Íris Apfel marca pela combinação das cores de seu guarda-roupa. Diz que se vestir “deve ser sempre uma experiência criativa, divertida e emocionante”. Quase sempre desconstrói uma peça de um designer famoso para construir seu estilo – pode tirar a manga de um paletó, por exemplo.
Acredita na força dos acessórios e os elege “chave para o estilo pessoal”. É conhecida por seu par de óculos enormes e pelas pulseiras que, se não têm um quilo cada uma chegam perto. “Tenho uma enorme coleção de bolsas, cintos e bijuterias sem a qual estaria perdida”, confessa. Íris diz que se pode mudar completamente a aparência de uma mesma roupa “substituindo um acessório por outro”.
Mistura jóias com bijuterias compradas nos mercados das pulgas, com muita propriedade. Ama um autêntico Jean-Louis Scherrer, como o casaco preto de plumas - estas com as pontas pintadas de ouro - que guarda como relíquia, e gosta muito da obra de Roberto Cavalli.
Seu olhar atemporal para a moda chama a atenção. Repetir roupas é “aperfeiçoar o estilo”, não um problema. “Posso misturar uma coisa que comprei na semana passada com algo que tenha acumulado durante 30 anos”, entrega, seguríssima. Gosta tanto do estilo étnico quanto do contemporâneo, reflexo de sua ida às compras “desde que eu tinha 12 anos”.
Não se apega - sábia. Volta e meia, faz doações para leilões beneficentes. Veste Gianfranco Ferré, Geoffrey Beene, Norell, Moschino, Gaultier, Dolce & Gabbana e Krizia. Tanto gosta de cores vivas (turquesas, vermelhos) quanto dos cinzas. Não se interessa por tons pastéis.
Suas jóias são um capítulo à parte. Tudo vintage, séc XVIII, por aí. “A maioria das peças, encontrei anos atrás, em Greenwich Village, em Londres, Bruxelas e Paris, nos bazares e ‘souks’ de Istambul, Cairo”, dá a dica. Ama o designer Jean-Pierre, que fez jóias para Chanel, Saint Laurent, Balenciaga, Givenchy. “Fui convidada a ir ao seu ateliê e nos tornamos amigos”, lembra.
É uma romântica incorrigível. “Compro coisas por cair de amor por elas, e não pelo valor ou por estar na moda”. Seu marido diz que ela olha para um pedaço de tecido e “ouve o que dizem os fios”. A diva confirma: “Tenho de ter uma reação física quando compro alguma coisa”.
Delícia de texto, Marcio. Você é especialíssimo! Ganhei o dia ao ler este texto. Já a conhecia das páginas das revistas.
ResponderExcluirSeu blog tem um charme de Vogue - O Vogue americano, claro.