Câncer no cérebro interrompe brilhante trajetória de Alfredo Bumachar

Alfredo Bumachar não era apenas o homem que mais entendia de Direito empresarial no Brasil, tendo sido um dos autores da Lei de Falências, chamada informalmente de "lei Bumachar" nos tribunais de por aí. "Buma", para os amigos, era muito mais que isso: um homem que sabia viver a vida e colecionar afeto.

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Ao lado de sua linda e doce Maria Helena, ele pontificava em sua bela casa à beira-mar de Geribá, Búzios, onde, hospéde da casa ao lado (dos meus amigos Elzita e Ronaldo, também amigos dele), sempre que lá estava dividia com "Buma" altas e boas conversas (altas porque iam madrugada adentro) e muitas doses de um 12 anos exclusivo, sua bebida predileta.

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No Rio, seu point era o Gero à noite, depois de que, invarialmente, brilhava às tardes nos tribunais.

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Se eu quisesse uma notícia sobre o escândalo financeiro da hora, era para ele que ligava, e o "Buma", profissional como poucos, sempre saía pela tangente, ético toda vida.

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Advogado do Cacciola e do Pelé, entre outros famosos, no seu escritório só as grandes ações, com as quais sempre saía vitorioso. Conselheiro eterno da OAB/RJ, era amado pelos funcionários.

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Seus amigos ficaram surpresos com sua morte repentina, acontecida semana passada. Ninguém soube que, há exatamente um ano, ele descobrira um câncer no pulmão que se alastrou até o cérebro.

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Ia fazer radioterapia no Sirio e Libanês, em São Paulo, mas dizia aos amigos que viajava para "ver os processos". Só Maria Helena e a filha Juliana sabiam da doença.

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Agora, os jantares inesquecíveis no Bar do Zé, na Orla Bardot, não mais acontecerão.

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Lá se foi o "Buma", e nos deixou órfãos de sua verve e de sua arte de fazer bons amigos.