Há de tudo no Facebook. Hoje de manhã, uma amiga comentou: “morreu
o jornalista Marcelo Macedo Soares, tão novo, coitado”. Gelei. Conheço o rapaz
de vista, tão jovem quanto eu, tricolor, fumante, pensei, lembrando-me do
cigarro: deve ter sido o coração.
Mas fiquei encasquetado, como a gente fica quando sabe que
alguém jovem morre assim, de repente, e fui à minha amiga saber mais detalhes
do ocorrido. Ela: "li no perfil da Helô Assad, ela é amiga dele".
Ainda meio sem compreender, fucei o Google, entrei no site
de “O Fluminense”, onde o “falecido” trabalhou, investiguei os perfis dos
amigos dele. Nenhuma notícia de morte.
A cidade já deveria estar comentando sobre a morte do cara,
pensei. Ele é conhecido, tem muitos amigos. Nada.
Fui à minha amiga, de novo, e pedi que ela abrisse o perfil
da Helô Assad, em seu computador, com sua senha, porque o mural da Helô está
fechado para quem não é amigo.
Matei a charada. Aconteceu o seguinte: O Marcelo Macedo
Soares publicou em seu mural: “Niemeyer morreu”. A Helô Assad, amiga dele,
rebateu no mural dela, marcando o amigo jornalista autor da notícia, incrédula:
“Morreu Marcelo Macedo Soares? E ninguém está comentando?”
Helô Assad, como todo simples mortal na
correria da internet, se esqueceu do vocativo da coisa, e não virgulou a
expressão, como deveria: “[Niemeyer] Morreu, Marcelo Macedo Soares? E ninguém
está comentando?”.
Conclusão: também contribuí para espalhar o boato da morte do
rapaz, quando telefonei para meia cidade, a fim de checar a notícia.
Decerto que a crase “não nasceu para humilhar ninguém”,
como bem ensinou o mestre Ferreira Gullar, mas uma vírgula, ou a falta dela,
pode "matar".
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