Que a revista "Vogue" brasileira entrou em decadência, há muito tempo, todo mundo sabe. Decerto que esse desacerto não se refere ao departamento comercial (venda de anúncios), afinal, o maior publicitário do País, cliente do José Dirceu, primeiro o meu, enfiou lá sua mulher como "diretora de estilo", que blasfêmia. Agora, editorialmente, valei-me minha Santa Regina Guerreiro! Quanta falta de noção.
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Não digo nem sobre a autopromoção de sua equipe (o povo da redação adora aparecer em fotos publicadas na própria revista) e o jabá descarado dos vestidos e das clientes do sócio do colunista calango, misto de costureiro-puxador-de-escola-samba. Falo da carência de pauteiros.
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A capa deste mês, com as atrizes da Globo e a chamada louvando os 50 anos da emissora, é de uma "Caras" de pau sem precedentes. Não cabe isso na "Vogue", gente. É o mesmo que o Bruno Astuto promover a Marcia Veríssimo na "Época", só porque ela é a promoter de suas palestras-xaropes no Village Mall. Troca de favores total.
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A capa da "Vogue" brasileira deste mês ficaria muito bem na "Caras", "Contigo", "Tititi" ou "Minha Novela" (e a Globo tem a "Quem Acontece" para isso), mas na célebre revista de moda do grupo Conde Nast, não. E o pior é ler o editorial da Daniela Falcão, tentando justificar o injustificável, como se tivesse sido uma honra o "oferecimento" da Globo de "fotografar dez de suas maiores atrizes". Ah, para, Daniela! A Globo é a dona da Vogue! A Globo é quem manda, e ai de quem não obedeça! (Mas tenho certeza de que, se houvesse uma negativa, com justificativa, por parte da "Vogue" a quem "ofereceu" a pauta, aposto como se resolveria. O que não pode é ser subserviente numa hora dessas, em detrimento da revista)
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Chegam a ser risíveis alguns trechos do "editorial": "Há propostas que você recebe para as quais é impossível dizer não" (...) "Quando a Rede Globo liga oferecendo a possibilidade de fotografar dez de suas maiores estrelas, à sua escolha, sem que você precise sequer se dar ao trabalho de coordenar agendas e negociar com agentes, não há possibilidade de dizer não. Ainda mais se essa tiver sido a maneira eleita pela emissora para passar seus 50 anos em revista." (...) "Muita gente vai estranhar a Vogue brasileira fazer uma capa com atrizes - já que vem sendo um norte da publicação priorizar modelos em vez de celebridades" (...) "Convite aceito, cabia à Vogue fugir do lugar-comum".
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Rarará! A regra de modelos na capa, e não celebridades, é da Conde Nast, a dona da marca "Vogue" no mundo. E não digo que atrizes não saiam na capa da edição americana, carro-chefe do conglomerado. É claro que saem, mas com justificativa, pauta, furo, entrevista bombástica, alta expressão das focalizadas. Sem falar que os 50 anos da Globo já foram manchete até da TV Globinho...
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E convenhamos que Angélica na capa da "Vogue" brasileira é deboche dos maiores. Só faltou a "rainha" do calango cevado, Ana Maria Braga.
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Atualização das 14h48: peço desculpas pelos erros de edição no texto original - já sanados. Estou tentando aprender a postar com o smartphone, dentro de um trem bão mineiro.
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