sexta-feira, abril 10, 2015

Lourdes Lemos de Moraes, a bailarina da alta sociedade, partiu para o andar de cima


Difícil encontrar, na alta sociedade carioca, mulher tão alto astral, tão de bem com a vida, como a Lourdes Lemos de Moraes. Era única. Como também a Lily de Carvalho fora um dia. Espirituosa, sorridente, leve. E isso, num grupo onde a maioria olha para o interlocutor sempre uns decibéis acima, faz uma estrondosa diferença.
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Com Lourdes não tinha festa-muxoxo, mesmo que no elenco dos convidados estivesse aquela sovina do baixo astral e das sobrancelhas replicadas, que mora na Atlântica e quase não se aguenta em pé. Lourdes aplacava o mau humor. Era generosa. Rica, dava imóveis para amigas, como se fossem pirulitos de Cosme e Damião. Chegava e abalava, com seus olhos azuis vibrantes. Se tinha música, partia para a pista em uma verdadeira aula de aeróbica, e nunca parava.
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Quando lancei o Calendário dos Bombeiros cariocas (à época também assinava a coluna social diária da "Tribuna da Imprensa"), fiz um evento no Paque Lage, e telefonei: "dona Lourdes, preciso da sua ilustre figura em minha festa. Quero ibope alto para meu projeto. A Sra. pode me dar o prestígio da sua presença?" Ela foi a primeira a chegar (foto acima). E saiu nos jornais ao lado dos soldados do fogo: "A locomotiva e os bombeiros".
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Viveu muito, desviando dos puxa-sacos e sanguessugas. Segurou com dignidade a doença do marido, que sofreu em casa, de cama, por muitos anos. Era dona da Supergasbras e, durante uma época, assumiu os negócios, vendendo a empresa para um grupo estrangeiro.
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Tanta tralha nesse "society" carioca, e Deus leva logo essa belezura. Poxa.

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