São João da Barra, Norte do RJ, apregoa ser dona do "melhor Carnaval do interior do estado". É lá que o Eike Batista injeta seus milhões em um complexo petroquímico, e ergue a chamada "Cidade X".
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Eike no pedaço é adorado e, inclusive, ganhou uma marchinha que diz assim: "É Eike, é Eike, é Eike Batista, esse cara é bom e tem jeito de artista".
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Mas o Carnaval é o seguinte: se resume em desfiles de blocos com abadás e trios elétricos, além de na rivalidade de duas escolas de samba, o Chinês e o Congos.
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A cidade vive em função disso o ano inteiro, uma parte torce para o Chinês, outra para o Congos. E, detalhe, não há competição no desfile, nenhuma sagra-se campeã do Carnaval porque, caso contrário, acabaria em morte. Isso mesmo. É como Garantido e Caprichoso em Parintins, Flamengo e Vasco no Rio. Mas é preciso seguir à risca o cronômetro do desfile, quem atrasa perde um naco da subvenção oferecida pela Prefeitura.
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O detalhe é que ambas dão show de luxo na passarela do samba local, nada menos que a principal e única avenida da cidade. Muitos destaques saem de lá para ajudar as escolas do Rio a brilhar.
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No comando das agremiações, nada de bicheiros, mas fazendeiros ricos (os donos da vodca Kovak, cuja indústria fica no local) gente simples, costureiras, donas de casa. E essa mesma turma se enfrenta nas arquibancadas, quando do desfile, uma chochando a escola da outra, voz alta, engraçado observar...
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O Carnaval em São João da Barra tem um aura de romantismo já inexistente no RJ. Ah, mas já foi seduzido pelos camarotes para "Vips" (Elymar Santos e Alexandre Pires entre eles, este ano) cheios de mordomias.
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Algumas fotos (do Congos) feitas com o celular.
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