





















Um pastor de ovelhas estava cuidando de seu rebanho, quando surgiu pelo inóspito caminho uma Pajero 4x4 toda equipada.
Parou na frente do velhinho, e dela desceu um cara de não mais de 30 anos, terno preto, camisa branca Hugo Boss, gravata italiana, sapatos moderníssimos bicolores, que disse:
- Senhor, se eu adivinhar quantas ovelhas o senhor tem, o senhor me dá uma?
- Sim, respondeu o velhinho, meio desconfiado.
- Então, o cara voltou para a Pajero, pegou um notebook, se conectou, via celular, à internet, baixou uma base de dados, entrou no site da Nasa, identificou a área do rebanho por satélite, calculou a média histórica do tamanho de uma ovelha daquela raça, baixou uma tabela do Excel com execução de macros personalizadas, e depois de três horas, disse ao velho:
- O senhor tem 1.324 ovelhas, e quatro podem estar grávidas.
O velhinho admitiu que sim, estava certo, e como havia prometido, poderia levar a ovelha.
O cara pegou o bicho e carregou na sua Pajero. Quando estava saindo, o velho perguntou:
- Desculpe, mas se eu adivinhar sua profissão, o senhor me devolve a ovelha?
Duvidando que acertasse, o cara concordou.
- O senhor é advogado?!?!
- Incrível! Como adivinhou?
- Quatro razões: primeiro, pela frescura; segundo, veio sem que eu o chamasse; terceiro, me cobrou para dizer algo que já sei; e quarto, nota-se que não entende merda nenhuma do que está falando. Devolve já o meu cachorro!!!!
Texto: Angelo de Matos
No dia 09 de Maio de 2009, sábado, o panorama artístico brasileiro, principalmente no setor da Comédia, ficou desfalcado com o falecimento do grande comediante Ivan Senna que nos deixou aos 73 anos após longa enfermidade. Ivan tinha essa rara habilidade e simpatia de levantar o astral de onde quer que chegasse, sempre de bom humor (mesmo nas piores fases da doença), era divertidíssimo não só nos palcos como nos camarins, nas reuniões com amigos, nos ensaios, etc.
Começou na vida artística com a inesquecível Dulcina na Fundação Brasileira de Teatro, de quem se tornou grande amigo e "braço direito", ajudando-a a levar seus cursos até Brasília. Iniciou profissionalmente em 1954 na peça "O Anjo" e daí em diante não parou mais, quer seja no teatro, na TV (onde brilhou muitos anos no "Sítio do Pica-pau Amarelo" da TV Globo) e no cinema. Atuou ao lado dos grandes nomes do cenário artístico nacional e soube deixar uma imagem que todos os amigos reverenciam: um ótimo colega que trazia alegria onde quer que chegasse!
Sempre teve todo o apoio dos familiares, mas nos últimos (e difíceis) tempos fazia questão de enaltecer e falar com profundo agradecimento da ajuda recebida de três grandes amigos (e colegas) que o ajudaram de todas as maneiras possíveis: Sueli Franco, Ary Fontoura e Leandro Ribeiro. A nossa homenagem a estes grandes artistas que, com tanto carinho, cuidaram do nosso inesquecível Ivan Senna.
Na foto de baixo, Ivan com Dulcina, em Brasília.
"Ontem comecei um filme sobre a “busca da felicidade”, essa ideia fixa do Ocidente, transcrita até na Constituição americana. No filme, não trato da atual “bem-aventurança” atual, mas de uma felicidade “de época”, ao fim dos anos 50. Não havia ainda a abertura “psicológica” de hoje; a felicidade se encolhia pelos cantos de um cotidiano reprimido, temeroso de grandes alegrias, dentro e fora das famílias. Era quase feio demonstrar muito prazer, como se a risada fosse um luxo. Minha avó aconselhava: “Cachez votre bonheur” (esconda sua felicidade)… Era diferente do narcisismo compulsivo que vemos agora, com ricos, jovens e famosos expondo suas gargalhadas na mídia.
Felicidade muda com a época. Antigamente, a felicidade era uma missão, a conquista de algo maior que nos coroasse de louros, a felicidade demandava o sacrifício. A felicidade se construía. Hoje, felicidade é ser desejado, é ser consumido. Confundimos nosso destino com o destino das coisas. Uma salsicha é feliz? Os peitos de silicone são felizes?
Ja escrevi sobre isso e volto agora por causa do filme, ao examinar com fascínio as revistas mundanas. Olho com inveja e rancor as fotos dos afortunados, pois todos são mais felizes do que eu. Ser feliz é parecer feliz.
A dúvida e as dores da vida são ocultadas. Já houve tempo em que era chique não sorrir, já houve os olhos fundos dos existencialistas, a cara abatida dos beats, fotografias em que o espectador era olhado com desprezo acusatório. Hoje as celebridades parecem dizer: “Azar o teu por não estares aqui, ?seu? anônimo. Aqui, não há fracassos, não há o Inconsciente. Ninguém pode deprimir. Tristeza não é comercial.Tudo é claro e óbvio como nossas gargalhadas.”
Na felicidade industrializada, só o excesso é valorizado. Não há a contemplação elegante da delicadeza, nem a tradição de uma feliz sabedoria, de uma serenidade discreta. Nossa felicidade não é minimalista; está mais para uma imitação carnavalesca de Luiz XIV.
As personagens da mídia feliz vivem como se não houvesse armadilhas na existência; apenas o narcisismo óbvio é cultuado como sendo o ideal a atingir. Este conceito redobrou em força, depois que morreram os antigos agentes da dúvida, os socialismos e desbundes. Assistimos ao triunfo da caretice disfarçada de libertação.
As fotos dos deslumbrados e deslumbrantes não precisam de caricatura; elas se criticam sozinhas, elas são paródias de si mesmas.
“Estaremos aqui para sempre, eternos em nossas baladas e desfiles – parecem dizer -, conquistamos isto tudo, estes cães de luxo, estas sopeiras de porcelana, este vaso Ming falso.”
Muito importante é ver, nas fotos de milionários e colunáveis, a cenografia onde eles posam como peixes em aquários de luxo, orgulhosos de seus tesouros: as casas e eles mesmos.
Não se veem vestígios dark. Tudo é novo, tudo brilha, tudo é presente. Contra o decorrer do tempo, existem os make overs, jorros de silicone e bochechas de botox. Para essa gente, não houve crises e mudanças no mundo. Não houve anos 60, nem guerras quentes e frias, nem fraturas ideológicas, muros caídos, fim de utopias, nada. Não aprenderam nada e não esqueceram nada, como disseram dos Bourbon.
Nas fotos, só aparecem gestos e coisas que gritam: lustres de cristal, galgos de bronze com olhos de safira, mármores falsos, ouro de tolos, ninfas de marfim, objetos no estilo catete-gótico, ?barroco Teodoro Sampaio? ou ?Early Lar Center?, atacando a arte contemporânea numa blitz feroz.
A decoração dos ambientes é para eles ou eles são para a decoração? As pessoas combinam com a casa. Uma vez uma perua me perguntou como era o restaurante aonde iríamos, para botar uma roupa que combinasse. É extraordinário como para eles tem de haver continuidade no mundo, uma coisa puxando a outra, numa lógica que começa num elefantinho de prata e acaba na ideia de Deus.
Em muitas fotos parece não haver figura e fundo. Há fotos em que os eternos felizes posam orgulhosos diante de seus retratos, criando um efeito narcísico de espelhos infinitos. Quem está ali? A dona ou o retrato?
Tudo ali é controlado pela ideia de simetria total. O abajur tem seu par, o castiçal tem seu par, o marido abraça a mulher em perfeita perspectiva com as duas colunas romanas que os ladeiam e todos os pecados se apagam ali no sereno tapete e no brasão do jaquetão de comodoro. Tudo passa a ideia de autossuficiência, de ilha de paz e tranquilidade, realização do ideal de casa, contra a rua do mundo. São abrigos contra o mundo, são abrigos antiatômicos num estilo rococó que resiste a todos os avanços do bom gosto; ali, pode-se viver, andar de cavalinho de plástico na piscina e rolar no veludo durante qualquer catástrofe econômica ou política. Nada os atingirá.
Os “venturosos” contemporâneos não se contentam em mostrar seus bens, caras e bocas; se sentem tão acima de nós, que adoram exibir e justificar qualquer vício, perversão ou vexame que cometam. Não há mais nada a esconder; ao contrário – eles têm o prazer de ostentar uma mentirosa autoconsciência, como se tivessem controle sobre o que são. “Ah… sim, eu já me prostitui muito, sim, eu gosto de transar em mictórios públicos, sim, me excita até ver cenas de crimes ou chacinas – me sinto liberado… sabe? Mas, tudo numa boa, sacou? Sou livre e maduro.”
Mas, afinal, temos liberdade para desejar o quê? Bagatelas, mixarias, uma liberdade vagabunda para nada, para rebolar o rabo em revistas, uma liberdade fetichizada, produto de mercado disfarçado de revolta de festim. Somos livres dentro de um chiqueirinho de irrelevâncias, buscando ideais como a bunda perfeita, recordes sexuais, sucesso sem trabalho, a fama em vez do merecimento. Não precisamos fazer nada ou saber nada. Basta aparecer, pois o pior castigo é o anonimato.
No futuro (se houver algum…), essas colunas e revistas de ricos e famosos serão uma valiosa contribuição para a semiologia da nossa caretice."
PS. Reproduzo esta pérola no blog porque fiquei impactado ao ler. MG.
Babi Xavier
O "Mendigo", ex-Pânico
Dado Dolabella
Mulher Samambaia
Danni Carlos
Jonathan Haagensen
Marina Mantega
Mirella Santos
Pedro Leonardo
Théo Becker
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Foi bom pra você?
Fernanda Mota, nossa Gisele Bundchen nº 2, deu um rasante por aqui para, no último sábado, em Campos dos Goytacazes, terra onde nasceu, apadrinhar sua prima, Antônia, que se casou com Leonardo Ongaratto. Não preciso dizer que a morena parou o trânsito, né...
Foto: Cândido Vasconcellos.
... sempre bonita e elegante, marcou presença no black-tie da Sotheby’s de NY, anteontem, na galeria do 10º andar do belo prédio de vidro da casa de leilões, na Rua 72, onde pontifica uma expo de belas telas de Tamara de Lempicka que serão vendidas dia 5. O jantar foi um benefit para pesquisa de Alzheimer.
Tamara de Lempicka, para quem não sabe, nasceu Maria Górska, em 1898, em Varsóvia, e morreu em 1980. Ela pintou o que os experts em arte chamam de “cubismo suave”, mas retratou também, a partir de sua primeira expo, em Milão, 1925, membros da nobreza européia e socialites. Na boemia parisiense, Tamara era par constante de gente do naipe de Pablo Picasso e Jean Cocteau. Linda e bissexual, sua vida amorosa protagonizava escândalos à época. Era obcecada por sua filha, Kizette, pintando-a em diversas fases de sua carreira.
O sobrenome Taubman confunde-se com a história da Sotheby's. Judy tem amigos portugueses, donos de um condomínio inteiro em Búzios, Geribá, e já esteve na praia fluminense, caminhando à beira-mar sem que soubessem de que se tratava da grande dama do society americano. Conheceu brasileiros, que pontificam no mesmo condomínio, e com eles troca e-mails com freqüência, recebendo-os na bela penthouse da Park Avenue.